14 de abr. de 2016

Colors of Los Angeles















Observo a janela ao meu lado, distante as montanhas da Califórnia. Estamos a aterrissar, a senhora pinta com canetas seu caderno. A menina da janela acredita que meu olhar de deslumbramento é um pouco desconhecido.
As montanhas sem arvores com neve e nuvens que aparecem em pequenos vales, condenado o vapor em chuvas isoladas, Picos de neve. Ao longo da paisagem estamos acima de uma cidade que transborda para o mundo um sentimento de liberdade , de existir além da natureza. O sol lateral ja não laranja mais nada o amarelo aparece de longe ao cruzar.

Dentro de um restaurante um homem de polo verde senta ao lado de seu filho com camisa rosa. O amarelo o verde luminoso das redes de fast food. As palmeiras em rosa com barras de neon vermelho dentro de uma silhueta flamejante. Um posto e gasolina branco. Um Pontiac laranja com branco rodas grossas de impressão robusta, - nice ride man.
Lanchonetes amarelas com adornos de palmeiras, marrom com beje rosas claros.


Brighton Beach - winter 2015














Procuro  visitar praias constantemente em minhas viagens ou deslocamentos. Acredito que por nascer e ser criado em uma cultura de praia o espaço de encontro com o mar influencia nos costumes e culturas de cada local.  A praia é um lugar de passagem onde matérias vem e se vão com a maré, é o ponto de chegada e de partida, e um espaço que se transforma com a influencia do tempo. A arquitetura que molda as cidades é apresentada de forma controlada e pensada diferente do Brasil onde a grande maioria das cidades primeiro nascem para depois serem pensadas. 

Uma praia no final da linha de metro estações como neptune e surf av aparecem . Um bairro  projetado dentro do Brooklyn, divido em dois; metade para diversão veranista metade para uma moradia peculiar. Uma tentativa cartesiana de definir a vida em sociedade. Brighton beach onde o metro chega a ceu aberto, passando por cima da avenida principal mistura uma paisagem aberta mas com a força de uma grande cidade, uma provocação urbana na junção com a natureza. 

Brighton por ser uma praia projetada em uma cidade de invernos rigoroso me pareceu um lugar  para se pesquisar. Sempre que defino um local procuro sobre informações sobre antes de ir visitar. Descubro o bairro é  considerado uma “Little Russia”, por ter recebido imigrantes da URSS. 

Entre ruídos pessoas pegando sol com casacos, acessos barrados, pedaços de ferro, dejetos urbanos chegando a beira do mar, vento frio, estilhaços de gelo. Faço anotações instantâneas e percebo a influencia russa na organização espacial. Uma desconfiança no ar uma conversa de senhores no Boardwalk . Partes das madeira destruídas pelo ultimo furacão, objetos sem uso, vazias aparições de moradores. Formas arquitetônicas que ha 3 anos esperam ser removidas. Um lugar um tempo alem do homem. Os bairros são organismos vivos assim com as cidades que nascem crescem se transformam e dificilmente morrem. Me utilizo do instantâneo  onde a  falta de controle na hora de fotografar faz com que tenhamos mais precisão e e rapidez como tocar um instrumento sem ler a partitura, e deixar a percepção nos levar.

Parece que toda  tentativa de controlar o espaço da lugar ao caos e novos usos ao bairro, a organização social e urbana é refletida diretamente na paisagem, no lugar dos hotéis resorts dos parques de diversões vemos a destruição causada por eventos naturais e pelo uso humano e o abandono de algumas áreas ao redor.  Dando uma nova organização ao espaço, talvez haja alguma ordem dinamica que domina o local.


Brighton Beach funciona como uma metáfora dessa aglomeração social e urbana e do fracasso humano na tentativa de organizar o espaço, esquecendo como a cidade é um espaço dinâmico influenciado diretamente pela sociedade.



NYC março 2015.

17 de dez. de 2015





A Divina Comédia inicia-se pelo inferno. 2105

15 de dez. de 2015

MAR PortugueZ






MAR PORTUGUEz

“ Ali vimos a veemência do visível
O aparecer total exposto inteiro
E aquilo que nem sequer ousáramos sonhar 
Era o verdadeiro”

Sophia de Mello em referencia a carta de Pero Vaz de Caminha.


O destino do homem se confunde com o seu país : ambos são simultaneamente realização e frustação encontro e desencontro , ensombramento e descobrimento. Foi justamente o que senti ao cruzar o atlântico em direção ao antigo continente e a patria lusitana que carregamos conosco. O espanto do olhar inicial o maravilhamento perante a diferença a veemência do real mais belo do que o imaginado. Acredito que tenha sido isso que mobilizou Pero Vaz de caminha e Cabral ao chegarem em terras americanas.

Uma capital branca banhada de luz , Lisboa , uma melancolia no ar de quem ja foi uma potência mundial. O dia em que as navegações comandavam o mundo e a cultura marítima do pais ibérico.

Objetivo Algarve local de culturas próprias e do infinito horizonte que o mar nos proporciona. Ao sul, navegar para o desconhecido, uma imaginação do primeiro olhar.  Sagres a cidade onde a escola de navegação tinha sua base, o cabo de São Vicente que presenciou caravelas partindo e batalhas entre civilizações.  

Dentre andanças para a descoberta de um novo olhar me perco por falésias e campos infinitos rodeados pelo mar e rochas brancas cinzas e listradas. O mar fica a 100 metros abaixo da terra. A altura costeira  eleva o nivel da superioridade humana, onde o mar se esconde do sol.  A praia é o lugar de chegada junto ao mar, chegamos pelo mar e pelo mar regressamos. 

Buscando a expansão marítima desci na praia da Telheira que achei pelo mapa, surfe em aguas geladas, deixando meu sangue frio e calmo assim como o cheiro das algas que pulsavam no meu nariz. O sol das 10 refletiam em um atlântico viscoso e com ondas até cansar. O vento não sopra essa época do ano o mar e o cabo parecem calmos a revolta ultramarinha regional. 

Longos dias dentro da agua salobra, banhando-se de mar. Andando por cantos ainda não descobertos alinhando-se a lógica de descobridores alem do atlântico. Acompanhado a bordo de uma single fin um longjohn algumas parafinas e uma bolsa de café. Estradas desertas cidades brancas ao litoral algarve nos surpreende seja na cultura marítima seja em alimentos salgados de diferentes hábitos.

“ Ele porem dobrou o cabo e não achou as índias 
e o mar o devorou como instinto de destino que há no mar.’ Sophia de Mello


Demian Jacob

outubro 2015.

Fotografado com leica m6 e negativo HP5 Ilford, revelado manualmente em estúdio no Rio de Janeiro.

Parte da Publicação Mar Portuguez.



15 de dez. de 2013

"ruidos invisiveis 1"





Ambiente ruidoso, agressivo, ausente.
Inisiveis e objetos imperceptiveis.

27 de mai. de 2013

Copacabana et leurs emplacements






RUIDO NOISE


Significa barulho, som ou poluição sonora, pode ser associado a percepção acústica, "chiado" chuviscos que aparecem na recepção fraca da televisão. Ruído branco.
De forma parecida a granulação de uma foto quando evidente tem sentido de ruído. Na teoria da informação o ruido é considerado como portador de informação.

Ruído Branco- Todas as freqüências 
Ruído Rosa- Mantém a freqüência .
Ruido vermelho - Baixa frequncia.


















2 de jan. de 2013

"tropical light"










"tropical light"

tropical light,  brazilian rainforest textures for infrared film convert the invisible light in white. Summer december 2012 cloud day.

Work in progress - 2013
Observation and capture of natural phenomena in the immediate moment they happen. The feeling of the viewer that this phenomenon will denro the opposition to over-reporting of journalistic events.

13 de nov. de 2012

"Mar colado na Tempestade"

O Mar esta colado antes de partir para a Tempestade o prenuncio de um vento sudoeste me refaz pensar em que ponta do globo meus pés estão tocando.
No mar, nos sedimentos dos ríos e montanhas escuras submersas chegam nas cidades pelo simples mover das ondas.
Sedimentos regularmente redondos, areia.

A vontade de ausência é descrita em um momento, a inversão de sentidos aparece justificada no espaço.

Ed. 05 PA+04





Uma tarde antes de pegar um avião.